quinta-feira, 25 de junho de 2009

A história do cinema pode ser
contada a partir da busca do
homem em reproduzir a imagem
em movimento. Há 12 mil anos,
o homem das cavernas já desenhava
animais com oito patas na tentativa
de representar o movimento. Muitos
séculos se passaram até que o alemão
Athanasius Kircher (século XVIII)
inventasse a “lanterna mágica” – uma
caixa composta de uma fonte de luz
e lentes que enviavam imagens fixas
para tela –, invento considerado como
verdadeiro precursor do cinema.
Desse ponto, bastava criar um mecanismo
de apresentação sequenciada
de imagens para produzir a sensação
de movimento, o que levou, posteriormente,
à captação da imagem em
movimento.
Esse mecanismo apareceu em
1833 quando o britânico W. G. Horner
criou o zootrópio, aparelho baseado
na sucessão circular de imagens que,
ao serem giradas, davam a ilusão óptica
de movimento contínuo. Em 1877,
o francês Émile Reynaud inventou o
teatro óptico, que juntou a lanterna
mágica e espelhos para projetar
filmes de desenhos numa tela. Para
produzir a impressão de realidade do
Recebido em 27/03/08, aceito em 13/12/08
Marcia Borin da Cunha e Marcelo Giordan
Neste artigo, discutimos como a ciência e o cientista são representados em determinadas épocas pelo cinema,
contribuindo para constituição de uma percepção social da Ciência. Num primeiro momento, relacionamos
o cinema com o momento histórico em que a Ciência se encontrava quando da produção de determinados
filmes. Num segundo momento, discutimos a introdução do cinema na sala de aula no sentido de proporcionar
a professores e alunos uma reflexão sobre seus papéis de autores e audiência na cultura escolar.
comunicação-educação, cinema, imagem da Ciência
A Imagem da Ciência no Cinema
A história do cinema
pode ser contada a partir
da busca do homem em
reproduzir a imagem em
movimento.
movimento, a reprodução da imagem
teve de migrar da ponta dos pincéis
e bicos de pena para o complexo
processo de transformação
química da
fotografia, resultado
da interação da luz
com o cloreto de prata.
Sem a fotografia,
inventada em 1827,
não teríamos conhecido
o cinema. No entanto, o cinema
só foi possível, também, porque o
ser humano possui uma limitação no
sistema de captação de imagens. O
nosso olho não consegue distinguir
cada uma das cerca de 30 imagens
por segundo que recebe.
No final do século XIX, o norteamericano
Thomas Alva Edson (1847-
1931) construiu uma espécie de caixa
metálica com uma fonte de luz e um
visor (cinetoscópio), por meio do qual
uma fita (filme de celuloide) passava
a razão de 46 imagens por segundo,
gerando sensação de movimento.
Entretanto, é na França que nasce
o cinematógrafo, inventado pelos
irmãos Luis e Augusto Lumière. A
primeira apresentação pública de um
filme, feito por eles, aconteceu em
28 de dezembro de 1895, em Paris,
fato esse considerado o marco de
fundação do cinema como empreendimento
socioeconômico.
Foram projetadas
apenas duas
pequenas filmagens
(aproximadamente
um minuto cada) que
causaram espanto
no público presente.
Uma delas foi a chegada de um trem
à estação e a outra, a saída de operários
da fábrica Lumière.
Embora os franceses reivindiquem
para si a invenção do cinema, por
conta do salto dado pelos irmãos Lumière,
não nos parece correto afirmar,
do ponto de vista tecnológico, que o
cinema teve seu início na França, porque
na mesma época realizavam-se
experiências semelhantes em vários
outros países que, posteriormente,
foram reunidas para dar origem a
uma nova concepção sobre como
representar e criar imagens em movimento.
Apostando mais na invenção
do cinematógrafo, Georges Méliès
comprou essa “máquina de filmar” e,
aproveitando sua experiência como

Nenhum comentário:

Postar um comentário